sexta-feira, abril 29, 2011

Os roedores









Reproduzem-se de uma maneira que quase ultrapassa a nossa não ideia de infinito.

É precisamente isto que sinto na nossa atual sociedade, com a comezinha inteligência de quem não sabe nada, e a quem não explicam nada.

O nosso roedor chama-se MEDO. É assexuado e não tem charme!

Pergunto como é possível reproduzir-se com tal rapidez e eficiência que praticamente tomou conta das nossas vidas!

Eu que ainda vou tentando pensar pela minha cabeça, recuso-me a ser inseminado à força por uns papalvos emplumados, quais pavões, e levar a vida igual à que sempre estive acostumado, resultado duma educação ancestral, onde os valores eram éticos e muito pouco materiais.

Não tarda muito agarro numa flauta e arrasto atrás de mim, enfeitiçada, esta espécie maléfica e levá-la a cair lá do alto do Cabo da Roca.

Para finalmente ter sossego.

… até porque ser feliz não é um bem supérfluo” (Gonçalo M. Tavares – in “Uma viagem à Índia”).


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quinta-feira, abril 28, 2011

Mudou muito a guerra!










Já vai longe o tempo em que a guerra era declarada com solenidade, pompa e reuniões diplomáticas.

Estou a lembrar, agora que falo nisto, no encontro de cavalheiros à porta do RALIS entre os comandantes de forças opostas e prontos para se matarem uns aos outros.

Revi há dias esse episódio, com diálogos e imagens.

Foi lindo!

“ou vocês se rendem ou atacamos”!

“ok”!

“se vocês atacarem… morrem”!

Mas tudo com simpatia, cordialidade e sem rancor.

Afastaram-se para pensar e… pouco tempo decorrido… reencontram-se para se abraçarem e ficarem todos do mesmo lado.

Agora vive-se em Portugal numa guerra de guerrilha verbal, sem eira nem beira e nós os verdadeiros interessados, não percebemos nada.

E tudo porquê?

Só porque quem sabe o que se passa, não fala!

E quem fala do que se passa, sabe tanto como nós: nada!

Ouço a todas as horas palpites do que vai acontecer, o que vamos sofrer, a fome que vamos passar, o cinto que já não aperta mais a ter que ser substituido por uma guita que sem furos se ajusta com um nó (cego), quando até agora que se saiba, ainda andam a estudar “dossiers”, para lá para a frente a conclusão ser apresentada aos nossos “inteligentes” e aos duzentos e tal deputados para esgrimirem argumentos, alguns que Deus os valha, para lá para o Verão finalmente o povão saber com que vai contar.

Isto, é claro, depois de umas eleições verdadeiramente surrealistas, pois que qualquer que ganhe, que remédio tem senão o de fazer o que lhes mandam… e não somos nós!

Europa?

Começo a só me lembrar do que aprendi na escola.

Era o Velho Continente.

Culto e desenvolvido.

Há uns tempos, como velho que é, lembrou-se de rejuvenescer e, pois claro, a tempo vieram os efeitos colaterais.

Como qualquer velho, tem a vida a prazo!

Basta um Inverno mais rigoroso, dá uma escorregadela, sobrevém uma pneumonia e… foi-se!

E todos vão respirar de alívio por não terem de pagar mais internamentos, intervenções cirúrgicas ou algum lar manhoso gerido por outra qualquer velha, lá do Oriente, cheia de más intenções!

Mudou muito a guerra!

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terça-feira, abril 26, 2011

Estou a aprender a rosnar!

















Já todos perceberam, ou não, que a minha companheira de passeios é a Sookie.

Depois lá vamos até à esplanada, beber água e tomar um café, onde ela dá largas às correrias, saltos e brincadeiras com os seus amigos.

São fieis entre eles e verdadeiros sempre.

Não estão com meias palavras com algum que abusa da paciência de outro e com a mesma coerência, dão uma rosnadela, mostram os dentes ou dão um chega-para-lá com a cabeça e tudo volta ao normal.

Os humanos, seres perversos e maus por natureza (só porque não a conhecem!), são exatamente ao contrário.

Também se encontram na esplanada, até falam uns com os outros, mas os jogos são florais e ao desafio.

Raramente são sinceros, dizem quase sempre o contrário do que estão a pensar no momento, ou camuflam a verdade.

Mesmo no mais restrito âmbito do grupo de amigos, a verdade é falseada.

São raros aqueles que são capazes de dizer tu és burro, não é nada assim! ou pelo contrário, gosto de ti embora não pense como tu e admiro-te!

Mais! os animais cheiram-se, lambem-se e reconhecem-se!

O Homem Macho (Ocidental/Norte) é incapaz de, por exemplo, dar um beijo a outro (cheirar-se) por uma convenção marialva, muito machista que tem origens sei lá onde e com que intuitos!

Não rosnam nem mostram os dentes e... com tanto que podiam partilhar mantêm durante horas uma conversa de elevador, falando da chuva ou na melhor das hipóteses daquela que acaba de passar e faz doidivar as mentes rascas,

A Sookie anda a dar-me aulas de rosnanço e a treinar-me a cheirar!

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sexta-feira, abril 15, 2011

Há coisas tão simples...









Há coisas tão pequenas que nos fazem sentir tão bem…

Coisas mesmo tão pequenas, mesmo tão simples, tão puras que nos fazem pensar o porquê dos mal-entendidos, das discussões e quantas vezes dos confrontos físicos.

Não vale a pena (nem é o lugar) para filosofar sobre o assunto.

É por demais conhecido e teorias hão-as ao gosto de todos.

Vou habitualmente ao mesmo café sempre à mesma hora acompanhado da minha preta , a Sookie.

O ritual é sempre igual. Ao balcão, quando entro, com os dentes alvos e os lábios rasgados num sorriso, a funcionária já está a preparar o meu café cheio e a encher um copo (de vidro) com água.

Pego no tabuleiro e arranjo lugar na esplanada.

A Sookie entretanto vai fazendo o reconhecimento da zona.

Aparecem o Paco, o Google, o Onassis, o Bari, a Disquete, a Mela, o Bundo, a Terabite, a Shakira, o Óscar… eu sei lá!

A brincadeira, as corridas, os saltos, aquela bola que surgiu ou a garrafa de plástico disputadas por todos, fá-los ficar com a língua com quase dois palmos…

É então que num gesto tão bonito, tão simples e sem que alguém o tenha pedido, um funcionário da casa traz um grande balde cheio de água limpa para que esta “matilha” se hidrate, mate a sede e recupere forças para mais um tempo de brincadeira.

Como pode alguém que tem este gesto ser má pessoa ou violenta?

Eis aqui uma coisa tão pequena e tão simples que nos faz felizes!


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