quinta-feira, outubro 30, 2008

O meu jardim suspenso
















(photo de Carlos Matos)


Vejo o fumo azul a subir lentamente, quase na vertical, fazendo piruetas com elipses e formas estranhas, da minha primeira, das duas diárias, cigarrilha entalada nos dois dedos costumeiros, aqui na minha varanda com o Sol a bater nas coxas e a brisa amena a refrescar do calor dos pensamentos cruéis daqueles que ali em baixo passam!

Divago olhando o meu jardim suspenso da bancada com florinhas selvagens.
(aqui lembro as Sardinheiras da Avó Teresa que as alimentava e lhes retribuíam com cores várias...)

Peguei no meu aparelho de extorquir almas, fixei-lhas para sempre e sempre viverão no meu baú que guardo religiosamente no sótão das lembranças.

Não as vendo, não as troco.

Dias vieram e dias virão que algumas ofereça.
Terão sempre um significado.

Distraído com as abstracções quase saltei da cadeira, com as coxas bem quentes... queimei os dedos com a cigarrilha esquecida.

Voltei à realidade!





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