(Teixeira de Pascoais)
Ontem, depois da janta, não havendo nada de jeito para ver na TV, o Faz Tudo refugiou-se no computador (trocou um pecado por outro) e de salto em salto, acabou por se deter na leitura de biografias de alguns poetas e prosadores portugueses.
Foi assim levado a recuar alguns (muitos) anos e se viu em Amarante, onde viveu seis, aprendeu a nadar no Tâmega, frequentou a primária, conheceu e conviveu com João Pereira Teixeira de Vasconcelos.
Este, irmão de Teixeira de Pascoais, enchia-lhe a imaginação infantil de aventuras e estórias de África e caçadas!
Olhar e espírito irrequieto, era companhia diária, na "Faria", após o almoço, onde o Faz Tudo ia com o Pai e, em silêncio próprio da idade, o olhava e lhe bebia as palavras.
Não conheceu o irmão (Teixeira de Pascoais), porque entretanto já falecido, mas a sua alma estava presente, ele que teria sido de cariz fechado, feito não para este mundo cão, mas sim para a natureza, silêncios, fantasmas e mistérios, o oposto do João.
Pouco lido, Teixeira de Pascoais, na opinião de Domingos Monteiro, terá poetado a mais bela tentativa de expressão do inexprimível, dos últimos dois séculos, em Portugal.
De João Pereira retém do seu livro "Memórias de um caçador de elefantes", a explicação do que é atirar a matar a um paquiderme:
Imagine-se a cem metros de uma curva numa linha de caminho de ferro. Surge, sem se contar, um comboio a 70/80 Quilómetros/hora, na dita curva... É preciso apontar, mirar bem e acertar num farol da locomotiva à primeira e sem falhar... E ainda ter tempo de se afastar para que não seja atropelado!...
Memórias!
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