Lembra-se, como se fora ontem, do alvorecer do dia 25 de Abril de 1974.!
48 horas antes, alguém jantando em sua casa (à época lá para as bandas do que a hoje chamam de Olaias, mas que pertencia à Picheleira), pastelinhos de bacalhau com arroz de tomate malandrinho, primorosamente feitos pela Companheira, dizia nervosamente: "agora, ou vamos todos presos ou isto vai virar!"
Meias palavras que deram para entender, ou pelo menos subentender (cheirava-se!), que alguma coisa poderosa andava na conspiração!
Eramos todos, ou praticamente, do reviralho!
Eramos todos, ou praticamente, contra a guerra colonial!
Eramos todos, ou praticamente, a favor da independência das colónias!
Eramos todos, ou praticamente, ansiosos de liberdade!
Eramos todos, ou praticamente, mudos com vontade de falar abertamente!
Soou o gongue manhã cedo!
Dos lavares e vestires mais rápidos da sua história!
Para a rua!
Era preciso estar em cima dos acontecimentos!
Foi assim que o dia 25.Abril.1974, começou!
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Contra ventos e marés, às vezes a favor, tem a Nação andado para a frente (com quantas escorregadelas, Deus meu!).
É à custa daquele dia que hoje podemos falar livremente e esse é o mais estimável bem que temos de agradecer a todos quantos fizeram com que aquele dia, um dia, fizesse parte integrante da nossa história!
Aos que desta já partiram, o meu "toque de silêncio".
Aos que por aí aindam andam, um andamento da "Heróica".
Liberdade!
Nem que fora só por isso, vale bem a pena estarmos felizes e festejarmos, qualquer que seja o modo.
Esqueçam-se as querelas mesquinhas (especialmente as partidárias), gritemos bem alto um obrigado e façamos um voto para que as gerações que nos seguem, não venham a ter a maldita mordaça atarrachada na boca e partam-se definitivamente os execráveis lápis azuis (que tantos ainda guardam nas gavetas)!
O Faz Tudo, tudo faz para que assim seja!
2 comentários:
É pena que a liberdade não dê pão aos que dele precisam e encha os bolsos dos miseráveis aproveitadores corruptos e vendidos.
"(...) façamos um voto para que as gerações que nos seguem, não venham a ter a maldita mordaça atarrachada na boca e partam-se definitivamente os execráveis lápis azuis (que tantos ainda guardam nas gavetas)!"
Nem mais Faztudo, Abril Sempre!
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