
(Alberto Caeiro em acrílico/tela de Né Barros)
"...Nunca fui senão uma criança que brincava.
Fui gentio como o sol e a água,
De uma religião universal que só os homens não têm.
Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma,
Nem procurei achar nada,
Nem achei que houvesse mais explicação
Fui gentio como o sol e a água,
De uma religião universal que só os homens não têm.
Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma,
Nem procurei achar nada,
Nem achei que houvesse mais explicação
Que a palavra explicação não ter sentido nenhum..."
ou ainda:
"... Aceito as dificuldades da vida porque são o destino,
Como aceito o frio excessivo no alto do Inverno —
Calmamente, sem me queixar, como quem meramente aceita,
E encontra uma alegria no fato de aceitar —
No fato sublimemente científico e difícil de aceitar o natural inevitável.
ou ainda:
O que é o presente?
É uma cousa relativa ao passado e ao futuro.
É uma cousa que existe em virtude de outras cousas existirem. Eu quero só a realidade, as cousas sem presente.
ou ainda:
"... Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, Não há nada mais simples
Tem só duas datas — a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra cousa todos os dias são meus..."
Numa singela homenagem a Fernando Pessoa que morreu há 70 anos, o Faz Tudo, eterno miúdo, sem grandes explicações filosóficas, cientificas, políticas ou outras, vivendo, cada vez mais, mais empedernido transmontano, copia, para aqui, excertos de poemas de "Alberto Caeiro" que, sabe-o, o tocam lá muito dentro!
3 comentários:
e postaste uma bela homenagem.Tmb eu, num outro registo, lembrei o poeta. bom feriado. Bjs e ;)
Sobre Pessoa e no dia de hoje (cinzento «até dizer chega!», ocorre-me o seguinte poema...
«Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
(E é mesmo!)
... pode ser que apareça por aí D.Sebastião... !!!
Xi
Enviar um comentário