quinta-feira, novembro 10, 2005

O Faz Tudo e um jantar à luz das velas



Jantaram à luz das velas!
Toda a sala era iluminada exclusivamente por velas.
De todos os tamanhos e feitios.

A tonalidade igualitária à intimidade criada, aproximou-os ao ponto de confessarem que aquele jantar estava no ar, há muito!
Dos dois lados!

Tímidos por natureza, dado que eram belos, envergonhavam-se de "gritar" o que lhes ia na alma!

As mãos tocaram-se ao de leve quando erguendo o copo se saudaram e desejaram um bom apetite.

Ele, tremendo, levou-lhe à boca o seu garfo com um pouco do paté que tinha escolhido como entrada.
Ela corada, abriu os lábios que com aquela luz ténue se tinham tornado numa entrada sensual, saboreou, agradeceu e aplaudiu a escolha.

Retribuiu o gesto e olhando-o nos olhos, enquanto ele se deleitava, "comeu-lhe" os lábios finos e a língua que ajudava a prova a entrar.

Passaram alguns minutos dizendo maravilhas do "decor", sem que isso correspondesse minimamente ao que queriam dizer!

Contra a sua maneira de ser, ela pegou-lhe na mão que entretanto pousava o guardanapo e num lampejo arrebatador, puxou-o e candidamente beijou-o nos lábios, ainda com o sabor quente do paté frio!

Confuso e excitado com o inesperado, bateu nos copos, fê-los cair, derramou o vinho em cima da mesa e inundou a saia dela!

Quanto mais se atrapalhava, mais ela se ria!

Quando o chefe de mesa se aproximou para a mudança de toalha, copos, pratos e talheres, ele, aflito tentava disfarçar a nódoa da saia dela!

Era a primeira vez que lhe tocava. A princípio sem se aperceber, depois sentindo-lhe por baixo daquele tecido, as pernas rijas e o baixo ventre apetitoso!

Prolongou a limpeza, já sem qualquer intenção que não fora a de lhe sentir a fisionomia do território, que na sua intimidade já há muito sonhara.

Ela, rindo, deixava que tal estivesse a acontecer e o desejo de que algo mais se passasse, era a sua ânsia.

Continuaram o jantar, agora duma maneira informal, discutindo temas da actualidade, entreolhando-se, não conseguindo disfarçar que toda aquela conversa, era só mesmo para disfarçar!

À luz das velas o repasto acabou bastante mais tarde do que desejavam, lá no íntimo.

A noite estival convidava a uma passeata pelo jardim mal iluminado.

Agora enlaçados num abraço apertado, livremente deram largas à imaginação e amaram-se!

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Têm hoje, ele 85 anos e ela 79!

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Têm dois filhos!

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Têm 6 netos!

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Amam-se ainda!

3 comentários:

Choninha disse...

O amor é lindo! E enternecedor em algumas idades. Quem me dera a mim viver tanto e viver sempre o amor.
Beijo grande.

Jorge disse...

Que bela est´ria de amor. Quem me dera vencer os meus pudores e contar-me uma igual . Achas que aprendi a licão

por um fio disse...

Bonito! Ficção?

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